Dobrados pela pobreza, os camponeses repovoam a cidade mineira, trazendo ilusões que o vento andino irá levar.
Ernesto sabe que a pouca prata mal dá para comer, mas todas as noites sonha sonhos prateados, à luz da vela do nicho feito de pedras da montanha. Aquela pequena chama, que arde como a luz de presença de um altar, é a esperança débil e poupada que o mineiro vai alimentando, enquanto mergulha o corpo seco na mina voraz.
Até ao dia em que tomba na esteira com os pulmões comidos pelo pó da quimera.
No momento em que desencarna, a sua alma é surpreendida pela luz da vela, revelando-se uma alma mirrada.
Não admira. Apesar de esperançada, vivera demasiado tempo num corpo atarracado.
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