Convidado para a matança do bolo de noiva, chegou ao quinteiro quando o magarefe dava início à função.
Ao ver aquele homem corpulento e abrutalhado, sentiu um arrepio na espinha. Dois mocetões deitaram as mãos ao bolo, segurando-o pelo pescoço (o andar superior). O magarefe aproximou-se e o par de noivos em miniatura fitou-o com terror. A comprida faca de dois gumes perfurou a massa fofa. O bolo guinchou. O creme pasteleiro escorreu para o alguidar de barro.
Após a chamusca da massa de açúcar, o bolo foi aberto, extirpado das unhas e cabelos do pasteleiro, desmanchado e distribuído ao povo.
A um canto, o magarefe desabafava, enquanto limpava o creme pasteleiro do avental:
- Prefiro a matança do bolo-mármore. É mais limpa.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário