Zé e Maria conheceram-se no princípio do Verão, quando molhavam os pés à beira-mar.
Gostavam de comer peixe fresco. De ver as avionetas rabejando anúncios sobre a praia. De adormecer juntos na rede do palheiro onde ele guardava os apetrechos de vela e um velho frigorífico com cervejas frescas.
Deixaram de se ver com a mesma naturalidade com que se encontraram.
No fim do Verão, Maria começou a ter os primeiros sinais. Fez o teste e teve a certeza.
No início do Verão seguinte, foi à praia com a sua nova e pequena pessoa. Deitou-se para adormecer sob o delicioso lençol do fim da tarde. Um ruído de motor despertou-a. O aeroplano, furando o azul-marinho do céu, surgiu de trás do morro para atravessar a praia. Na faixa ondulante todos puderam ler, entre drapejos de luz: Maria, dá o meu nome à nossa nova e pequena pessoa. Zé.
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1 comentário:
Muito interessante.
E imaginativo, como é costume.
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