segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Petróleo

O rapaz-esqueleto pede cinquenta cêntimos para o falso bilhete de autocarro.
- ´brigadinho, senhores doutores... P´ra mim os senhorzinhos também são senhores doutores, sabiam?
A mente, quartel-general da confusão. As pernas, canas frágeis à mercê da ventania. O braço, jazida de petróleo em regime de exploração contínua.
Entre tremores, o rapaz-esqueleto murmura algo de imperceptível. Fecha os olhos e vê um campo de cereal flutuante.
O cartão sujo que segura na desistente mão esquerda diz apenas: Comer.

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