segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Raposa

Na esquina, o olhar sujo saboreia a figura da rapariga que pára a meio da rua escura para subir a meia de vidro da perna torneada.
O ataque é brusco. À luta abafada segue-se um momento de silêncio. Ao longe, um anémico ganir de cães.
Ao sair do beco cego, a rapariga lança um olhar vago ao empedrado e sacode o casaco de pele de raposa. Parte apressada.
Do corpo-picanha desprendem-se pêlos de raposa com fragrância de “Channel”.

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