O Correia cumpria a recruta de orelhas a arder. Sempre com alguém a atazaná-lo ou a distribuir-lhe tarefas de rato de laboratório.
Nos tempos livres, tinha ganho o bizarro hábito de recolher refugo: um saco de ráfia, um pedaço de vassoura, uma velha peça de roupa interior... Questionado sobre o porquê, não quis explicar.
Certa noite, levantou-se e saiu da camarata, iludindo os sentinelas de serviço.
Na manhã seguinte, logo que o sol rendeu a noite, os recrutas foram acordados com os cacifos aos berros. Barba feita e pequeno-almoço na garganta, alinharam para os exercícios de “Base 1”. Peitos de galo em manhã de pele de galinha.
O primeiro a vê-lo foi o Menezes, apontando aos outros, com o queixo, o novo recruta.
Estava ali a explicação para o comportamento do Correia.
A uns trinta metros de distância, do lado esquerdo da formação, o espantalho, em posição de à-vontade, ria-se da tropa toda.
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