À uma da tarde de ontem, a chuva parou, sem que o meteorologista Anthímio de Azevedo o tivesse previsto. Diante da multidão reunida na Cova da Iría, que ansiosamente buscava o céu e açoitava a moleirinha à espera da reedição do milagre, o sol dançou o twist, bamboleando as suas ancas de mulata como nenhum outro astro o havia feito até então. A luz ganhou um formoso tom de azul sabão-macaco e, como combinação de viúva, espalhou-se sobre os crentes ajoelhados, que exclamavam, num deslumbre: “Que lindo! Tanto efeito especial!”
“Diário da Manhã”, 14/10/1917
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